segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Em dia de escrita, imagens para mostrar

Hoje apetece-me escrever... O pior é que tirando coisas sem grande interesse, não me ocorre nada. Já sabem, os que por aqui vão passando, que não gosto de falar de mim, da rotina, do tempo que vai fazendo... Gosto de conteúdo, de coisas palpáveis que possam ser úteis ou interessantes para outros. As banalidades triviais dificilmente o serão.

Não digo que não acabo por falar dos meus gostos: é inevitável. Fotografia principalmente, uma das grandes paixões e um motivo de interesses a partilhar quase infindáveis. Não preciso de ser um grande fotografo de renome, dono de uma vasta obra de qualidade indubitável; um mero amador terá muito que partilhar ou ensinar, por sua experiência, gosto ou...

Assim, vou ter que vos brindar com um semi DIY...

Há uns tempos, deixei cair a minha máquina de cortar cabelo. Como a sorte protege os audazes, caiu mesmo com a parte das lâminas no chão, tendo como resultado um enorme desalinhamento nas cabeças de corte e, consequência segunda, uma perca total da capacidade em fazer aquilo para que foi projectada e pela qual eu a comprei: cortar cabelo.

Ainda escarafunchei, desmontei, endireitei, mas não a consegui colocar novamente com o funcionamento inicial e desejado. Cortava é certo, mas também arrancava, o que além de ser doloroso, poderia contribuir negativamente para a saúde do couro cabeludo de quem a utilizasse.

A palavra é dura, mas a desistência tem que fazer sempre dos nossos planos, não numa derrota, mas num adiamento ou consciência das limitações que temos.

Ficaram algumas fotos e umas breves e grosseiras explicações (pode ser que vos ajudem)...


Depois da máquina aberta (basta desapertar os parafusos), este é o aspecto que tem. Não desmontei nada, saiu tudo com a abertura.


O mecanismo de funcionamento é o mais simples que pode existir: uma haste de metal (com a lâmina móvel numa das extremidades), duas molas e um electro-íman. O electro-íman funciona intermitentemente, atraindo a haste de metal para um dos lados e comprimindo uma das molas que, na interrupção da atracção exercida, obriga a haste a voltar à posição inicial. Cria-se assim o movimento das lâminas...


A extremidade onde encaixa a lâmina móvel. Aqui cheia de cola, porque se partiu, na queda da máquina.


Uma das duas molas...


A mola (em cima) é depois comprimida para um "parafuso" plástico que regula a intensidade ou curso da lâmina móvel.


No fim, foi o que ficou...

Não a consegui reparar, mas fiquei a saber, mais ou menos, como é que isto funciona. Coisa mais simples é quase impossível!

P.S. - sim, tive que comprar outra máquina :)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O tempo, passa



Fugimos parados, juntos, os dois, eu aqui e tu aí,
Num sítio nosso, familiar, sem saber reconhecer,
Aquele prazer de estarmos juntos, de novo, eu aqui, tu pr’aí...
Crê: custa-me já falar. Custa-me muito mais escrever.
Custa-me tanto querer-te, tão fortemente, já sem te querer!
Renego-te e desejo-te sempre aqui, encostada a mim,
Por mim e em mim. Sentir o teu calor e tremer,
Derreter, sonhar que seja a realidade assim, sempre assim,
Como sonhado, como ansiado, como eu a vi, vivi,
E eu, senti.

O desejo forte do reencontro, sempre, persegue-nos e alimenta,
A nossa alma, o nosso ser, a nossa vontade,
Mesmo antes de nos separamos, de novo e outra vez,
Devagar, lentamente, que reduzir a nada o que se fez,
É desumano e triste, como o mundo que nos sustenta.
Não, recuso afirmar que a distância em nós, não é verdade,
Assim me obriga o teu calor, de teu passou a meu e me acalenta,
De mim para ti, de nós para todos, de forma pura, isenta,
Mostrar aquilo que somos e temos, nosso, com vaidade,
Eu, de ti.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Arre, 'quecimento global

Nunca pensei.

Dizia sempre que o Inverno ou Verão me era completamente indiferente, que a chuva e o frio eram necessários e essas balelas, mas dou por mim, hoje em dia, a pensar no Verão, na praia, no calor do sol abrasador, quando o frio mais aperta.

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Acho que nem será só do frio ou chuva. São os dias pequenos. A falta de luz solar incomoda-me. Deixa-me poucas horas para vaguear sem rumo definido, ao ar livre, buscando aqui e ali o que fazer, o que ver ou sentir. Não gosto de ficar em casa. Por sistema, não. Não me importo de ficar um dia vá, dois, exagerando: uma semana, à lareira. Mais do que isso, detesto. Sinto a vida a esfumar-se, chaminé acima, como o fumo que a lenha deita ao arder...

Desconfio dos sábios que nos falam do aquecimento global. Tenho razões, acho eu. Façam uma retrospectiva pelos anos mais recentes e digam-me o último Verão que tivemos com 40 graus, como acontecia quando era criança. Eu digo-vos: 2005. Daí em diante temos tido Verões amenos, agradáveis, igualmente calorosos mas nada mais. O abrasador que se sentia sempre e que contribuía para o alastrar interminável de fogos florestais, desapareceu. Bom para os governos que se vangloriam do sucesso dos seus planos de prevenção e investimento na área de combate aos mesmos. Que tolos...

Pelo contrário os Invernos têm sido cada vez mais rigorosos, com frio, muito frio, fazendo até nevar em Lisboa. Coisa que em 25 anos de vida, nunca tinha visto acontecer. Perdemos a chuva ininterrupta, como era sistema, dias a fio, semanas sem fim, mas frio, julgo, temos muito mais. Talvez daí a minha afeição cada vez maior ao Verão; mais ameno, contrapondo com uns Invernos mais rigorosos e cinzentos. Difíceis de superar.